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Estudo da Uepa identifica erosão na praia de Vila do Conde, em Barcarena

Trabalho de conclusão de curso deve ser expandido após alertas e propostas

Fonte: https://www.oliberal.com/para/estudo-da-uepa-identifica-erosao-na-praia-de-vila-do-conde-em-barcarena-1.421220

Em, 12/08/21

Uma pesquisa de estudantes da Universidade do Estado do Pará (Uepa) identificou causas para o avanço da erosão em Vila do Conde, distrito de Barcarena. A área é muito demandada por turistas nas férias escolares e feriados prolongados devido à praia. E é justamente onde o processo erosivo tem sido mais visível.

A preocupação com o avanço da erosão no local motivou o Estudo dos Processos Erosivos e dos Impactos Socioambientas na Zona Costeira da Praia de Vila do Conde, realizado pelas estudantes Ilziane Simões de Oliveira e Rita de Cássia Santos dos Anjos. Elas são do curso de Licenciatura em Ciências Naturais com habilitação em Biologia, da Uepa.

A ideia da pesquisa partiu da aluna Rita dos Anjos, moradora da Vila do Conde. Ela observou o impacto que a erosão vem provocando nas ruas, na quadra esportiva e que coloca em risco barracas, casas e bares que se encontravam às margens do barranco da orla estuarina da praia do Conde.

Na condição de orientador da pesquisa, o professor Ronaldo Pimentel ressalta que as alunas propuseram o trabalho de conclusão de curso sobre a temática, porque desejavam contribuir com a diminuição dos impactos socioambientais na área.

"Os processos erosivos, que vêm destruindo progressiva e gradativamente a orla da praia do Conde, traz vários prejuízos e preocupação aos moradores da Vila, principalmente aos que se instalaram às margens do barranco", justifica o professor.

Observações sistemáticas de campo foram feitas durante quatro meses, no período sazonal mais chuvoso na região, entre dezembro de 2019 e março de 2020. Os resultados apontaram perda total de 98,5 centímetros de material sedimentar (areia, argila e silte), ou seja, quase um metro de perda de sedimentos em quatro meses. Ronaldo afirma que "para prever se o avanço da erosão seria mais acentuado, a médio ou a curto prazo, precisaria avançar na pesquisa no mínimo por mais dois anos".

Por se tratar de um trabalho de conclusão de curso, as alunas não obtiveram mais resultados em razão do prazo da pesquisa de campo. Porém, o professor orientador afirma que "há planos de o estudo ter continuidade com outros estudantes de graduação, bolsistas de iniciação científica, para fazer o monitoramento desses pontos críticos".

Ao explicarem sobre os procedimentos adotados para fazerem a observação de campo, Ilziane e Rita detalham que "todos os pontos foram georreferenciados com o aplicativo GPS-Test, com aferição das coordenadas para a digitalização e confecção dos mapas. Depois, os pontos registrados no barranco foram demarcados ao longo da margem do rio Pará, no trecho que compreende a área após o muro de contenção da igreja de São João Batista, até as proximidades do bairro Castanheira. Posteriormente, foram instalados os pinos nos pontos críticos delimitados para o monitoramento do processo erosivo. Em seguida, foram coletadas as amostras dos sedimentos para análises granulométricas".

Trabalho traz alerta e contribuições

No trabalho, as alunas destacam a urbanização inadequada como uma das causas do processo de erosão, por provocar o descobrimento do solo, intensificar desmatamentos e queimadas, fatores que contribuem com a degradação do solo.

No caso da zona estuarina costeira da praia do Conde, a erosão das margens, apontam as autoras, além da destruição de ruas, calçadas, casas, entre outros, já houve um deslizamento de encosta, em 2018, "que vitimou uma criança que residia no local", relatam.

Como contribuição da pesquisa, Ilziane, Rita e o professor Ronaldo querem deixar um alerta aos moradores da Vila do Conde, ao poder público e até mesmo às grandes empresas instaladas na região, para construírem, de forma integrada, um plano para contenção dos impactos erosivos.

O trabalho sugere medidas e prevenção e contenção, como a instalação de barreiras entre a rua/calçada e o barranco, para evitar a queda de pessoas, em lugares como a Avenida Lauro Sodré, que está em processo avançado de erosão. Para conter a erosão, a pesquisa recomenda ainda "a construção de muro de gabião, que constitui um elemento estrutural que funciona por gravidade, cujo formato é uma gaiola metálica galvanizada de malha, preenchida com pedras", explicam.

"Pretendemos levar essa discussão ao poder público. Também estamos propondo medidas para prevenção de acidentes, como por exemplo, a instalação de placas de sinalização com o intuito de alertar moradores e turistas sobre os riscos de deslizamentos de encostas em alguns trechos da praia", concluem as estudantes.

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Consulte o TCC abaixo:

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